sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

"Santa Fé: A cidade que nos representa" Uma história e a Inauguração da cidade





 





Ao longo do ano de 2017, o grupo PIBID/Unisinos desenvolveu um projeto que buscava ligar os alunos as suas raízes por intermédio da mais aclamada obra literária já produzida em solo gaúcho: O tempo de o vento, de Erico Veríssimo. Desde sua fase inicial, quando ainda era planejado pelos membros do grupo, o projeto já se mostrava diferente: Era ambicioso, robusto e demonstrava que exigiria o máximo de cada um que aceitasse fazer parte desta empreitada.

Ao nascer da ideia que viria a se tornar o projeto "Santa Fé: A cidade que nos representa", uma pergunta percorreu a mente dos pibidianos: Como trabalhar uma obra que contem sete livros e mais de duzentos anos de história em um período tão curto de tempo? Será possível fazer isso sem que boa parte do conteúdo se perca e o projeto torne-se apenas uma introdução ao universo literário de Veríssimo? Foi então que surgiu a ideia de fazer diferentes módulos para abordar diferentes temas presentes na obra, sempre trazendo-os para o presente e o fazendo de maneira que eles pareçam relacionáveis a realidade dos estudantes.

Enquanto o grupo PIBID/Unisinos procurava ideias para os módulos, algumas parcerias, que podem ser consideradas improváveis por muitos, foram acontecendo. O grupo uniu-se a dois professores de matemática para que fosse possível a construção da cidade cenográfica de Santa Fé na forma de maquetes. Um professor de história foi convocado para dar contexto histórico para a obra, de forma que ela pudesse ser mais facilmente localizada no espaço-tempo. Uma professora de biologia trouxe os seus conhecimentos para auxiliar o grupo a falar sobre os ricos biomas do Rio Grande do Sul e os traços, tanto físicos como psicológicos, que assim como o emblemático punhal de prata, são passados de geração em geração na família Terra-Cambará.

Agora com ajuda especializada em diferentes áreas, os pibidianos puderam começar a dividir o projeto em módulos sobre diferentes momentos da obra. Os temas abordados com turmas do ensino médio e do fundamental. Estes temas variaram entre a religiosidade do povo gaúcho, representada no personagem Pedro Missioneiro, até a vinda de imigrantes de origem alemã para o Brasil, que se apresenta na obra através da personagem Helga Kuhn, amante de Rodrigo Cambará. A falta de representatividade do negro na cultura gaúcha também foi abordada, assim como o poder das mulheres na obra e as várias revoluções que aconteceram no Rio Grande do Sul e no Brasil e aparecem em O tempo e o vento. Entre outros diversos temas. Uma vez que os módulos foram apresentados para os alunos, foi pedida uma pesquisa mais específica dentro de cada tema, sendo que os estudantes dividiram-se em grupos de até quatro para cumprirem as tarefas. As pesquisas deveriam conter um trabalho escrito dentro dos padrões da ABNT e uma apresentação para os demais alunos da escola.

Por se tratar de um projeto diferente, que buscava envolver os estudantes de diferentes formas, uma gincana tratando sobre a obra foi organizada. Cada equipe participante recebia o nome de algum personagem de O tempo e o vento e um líder era nomeado entre eles. É importante ressaltar que as equipes foram escolhidas via sorteio, sendo assim, vários alunos que não tinham contato uns com os outros, tornaram-se companheiros por uma semana. Durante a gincana, o empenho dos alunos foi espetacular. Eles participaram das atividades e fizeram jus ao nome que cada equipe carregava, mostrando muita garra em busca da vitória. No final, a equipe Pedro Missioneiro sagrou-se campeã.

Durante todos os processos que compuseram o projeto "Santa Fé: A cidade que nos representa", o único que se manteve em andamento, desde o primeiro dia até o último, foi a construção das maquetes da cidade cenográfica. A montagem das casas contou com a participação tanto do ensino médio quanto do fundamental e foi o ponto mais positivo do projeto, uma vez que os estudantes demonstraram muito empenho e capricho, construindo maquetes incrivelmente belas e parecidas com as casas originais.

Construídas as casas, era hora de inaugurar a cidade de Santa Fé. Os membros do grupo PIBID/Plangg programaram uma grande inauguração, que foi realizada depois da apresentação dos resultados das pesquisas pedidas aos alunos. O evento contou com a exibição de um pequeno documentário sobre O tempo e o vento e seu autor, Erico Veríssimo. Depois, foi cortada a faixa da cidade, que estava agora, oficialmente inaugurada.

Entre autos e baixos, o projeto foi um sucesso. Ao longo dos meses, foi possível perceber como os alunos mostraram-se mais ambientados com a narrativa e bastante interessados pela obra. Houveram sim momentos de dificuldade, mas estes momentos foram apenas contratempos que estão presentes dentro de qualquer grande projeto. E este foi sim um grande projeto. Não apenas por envolver diferentes áreas em em trabalho interdisciplinar de longo prazo, mas principalmente por ter sido capaz de tocar as mais profundas raízes do que é ser gaúcho e mostrar aos estudantes que a obra de Veríssimo é muito mais do que um simples romance histórico: É o retrato de uma família, de um povo e de uma identidade. É como o presente do século XX olhava para o passado e via lá, a sua história, como ainda é vista hoje, pelo século XXI.



























 

 


















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